Pois bem, hoje vou postar a ultima parte do livro A árvore dos sexos meus queridos ^^.
E sem mais vamos descobrir qual o fim da árvore e das mulheres de Bondomil. Bora La?
(...)Foi o dia mais fabuloso na história de Bondomil, nos tempos idos apenas conhecida como vila velha e bolorenta, concelho de terceira ordem e fiscal de terceira classe, a quinze quilômetros de Milharém. Talvez um dia igual aquele em que Deus descansou para distrair um pedaço.
(...)E quando os homens temiam que as mulheres fossem parir seres estranhos e monstruosos, estas sentiram-se totalmente libertas, mitigadas, atingidas por uma deliciosa sensação de desfadiga que alcançava o mesmo grau de singeleza com que haviam concebido o pecado. (...) As terras ficaram impregnadas de um aroma estranho, as algas marinhas e as flores silvestres. Era como se fosse o sopro do vento expelido por centenas de balões policrômicos e exaurirem-se em perfumes raros, armazenados há milênios, cada uma das cores desdobrando-se em eflúvios generosos.
O mais fantástico, porém, foi terem sentido esse alívio as mulheres que haviam comido o fruto da biloba. As restantes ( e não eram poucas) deram na verdade à luz, com as dores habituais do parto, parindo filhos normalíssimos, de feições parecidas às de seus progenitores.
(...)a esposa do comandante da Guarda a Cavalo tivera um filho: cópia fiel de Dom Inocêncio. E a esposa de Dom Inocêncio, um filho: chapadinho o rosto velhaco de Herodes Pôncio de Marcos Lima.
AIUEHIAEUHAIUEHIE ME LEMBREI AGORA DO –PEDAÇO DE INFÂMIA! Rsrsr pois continuando...
(...) Assim sucedeu, aliás, à maioria das mulheres que comeram dos frutos proibido e permitido.
Mas então e as restantes? Umas, sofreram grande tristeza: com o esvaziar da barriga, num assobio, viram assim morrer uma esperança, o seu sonho de maternidade, já acalentado por vários meses de expectativa, de projetos que ruíam, agora, com a inconsistência desse mesmo sonho, dessa mesma quimera. Outras, porém (excluindo as imaculadas, que maculadas ficaram por só ter comido do fruto da árvore) , virgens que tinham deixado de ser, juntaram o útil (dos tabus) ao agradável (das provas duplas) , protegidas por uma força de circunstância impossível de controlar, quanto mais de condenar.
E assim, Maluf, Tio Gabriel e Herodes Pôncio de Marcos Lima voltaram a capital.
Finalizando então o livro Maluf lembra-se de um poema:
(...) “Nua,
de sol batida
lembra a lua
entre seios perdida.
No sexo dela estua,
mais que sexo, toda a vida”. ¹
1 Armindo Rodrigues, Obras completas.
E assim termina o livro, espero que tenham gostado do pouco que partilhei com vocês meus queridos... e até!